Francine Cicurel (Sorbonne - Paris)


Francine Cicurel nasceu em Strasbourg e é professora das universidades em lingüística e didática de francês língua estrangeira e diretora de pesquisas na formação doutoral “Didática das línguas e das culturas” na Universidade Paris III – Nova Sorbonne, no âmbito da Escola doutoral “Linguagem e línguas: descrição, teorização, transmissão”.
Títulos
- Doutorado terceiro ciclo em Lingüística e Fonética: Aspectos metalingüísticos do discurso do professor na sala de língua, Universidade Paris III, junho de 1983;
- Habilitação para dirigir pesquisas em Ciências da linguagem: Discurso do ensino e práticas discursivas: descrições, objetos metodológicos, implicações didáticas, Universidade Stendhal-Grenoble III, janeiro de 1996.

Irandé Antunes (UECE)


Doutora em Lingüística pela Universidade de Lisboa, com tese intitulada Aspectos da coesão do texto - uma análise em editoriais jornalísticos. Mestre em Lingüística pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente, professora de Lingüística na Universidade Estadual do Ceará, depois de aposentar-se como professora da Universidade Federal de Pernambuco. Autora do livro Aspectos da coesão do texto, publicou também dezenas de artigos em revistas especializadas e colaborou, em alguns livros, com capítulos que tratam de questões textuais e discursivas, na perspectiva da Lingüística Aplicada. Como professora e pesquisadora, exerce ampla atividade de divulgação científica, sobretudo junto a professores de língua portuguesa, em cursos, palestras e debates em torno da língua e de seu ensino.

Abuendia Peixoto Pinto

Possui graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia do Recife (1974), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (1978) e doutorado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Atualmente é Professor Associado I da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase na Lingüística Aplicada, atuando principalmente nas seguintes áreas: linguagem, tecnologia, ensino-aprendizagem de línguas e formação de professores.

Resumo da apresentação:

A CONEXÃO LEITURA-ESCRITA NO PROCESSAMENTO DISCURSIVO E O AGIR DO PROFESSOR

Abuêndia Padilha Pinto (UFPE)


Nas três últimas décadas, os problemas e os aspectos relevantes ao ensino e ao desenvolvimento da leitura-escrita vêm sendo exaustivamente investigados desde as primeiras fases do letramento até a apreensão de habilidades de compreensão e de produção de gêneros textuais diversificados. Esses inúmeros questionamentos têm sido analisados tanto da perspectiva cognitiva como da perspectiva das práticas discursivas em contextos socioculturais e históricos. No entanto, tais estudos têm enfocado mais nas informações sobre o ensino do que no seu conteúdo e no papel do professor ao planejar e executar as atividades de ensino. Em vista do exposto, este estudo busca apresentar os aspectos cognitivos e afetivos envolvidos na leitura-escrita, a interação entre os participantes (leitor e escritor) que modulam o discurso e os papéis do professor e do aluno nas práticas discursivas em contextos socioculturais e históricos. Trata-se, portanto, da proposição de um desafio. Um desafio que não reside apenas nas crenças dos professores, na natureza da leitura-escrita ou no modo de ensiná-las. Reside, sim, nas crenças dos alunos, na sua motivação para a aprendizagem e na construção de uma atitude positiva em relação a essas habilidades, que dependem do agir do professor. Esperamos que esta apresentação, com enfoque na aprendizagem colaborativa, possa contribuir para que o agir do professor na conexão leitura-escrita possibilite a formação de alunos autônomos e reflexivos.

Palavras-chave: Leitura-Escrita, Ensino-Aprendizagem, Agir do Professor

Émerson de Pietri (USP)


Possui graduação em Letras (1995), mestrado (1998) e doutorado (2003) em Lingüística Aplicada ao Ensino/Aprendizagem de Língua Materna, pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor doutor da Faculdade de Educação da USP/SP. Tem experiência na área de Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de língua portuguesa; formação de professores.
Resumo da apresentação:
As tecnologias de informação e a produção textual na escola.
Emerson de Pietri (FE/USP)
Ferramentas digitais que permitem criar e integrar conteúdos interativos, utilizando-se de recursos de texto, áudio e vídeo, oferecem importante material de apoio ao professor e alteram os modos de apropriação didática. As novas tecnologias de informação tornam acessíveis ao professor estratégias de mediação editorial que fundamentam a produção de textos escritos e orais em função de práticas letradas diversas. Ampliam, desse modo, as possibilidades de atuação sobre a materialidade textual: 1) ao viabilizar que sejam realizadas em contexto escolar práticas que se constituíram historicamente com base nas possibilidades oferecidas pela imprensa; 2) ao possibilitar o desenvolvimento de práticas de produção textual que considerem as relações oral/escrito com base em relações discursivas intergenéricas.

Valdir Heitor Barzotto (USP)



Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Paraná (1986), mestrado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (1997). Atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de língua, leitura, análise do discurso, educação e escrita.

Maria de Lourdes Matencio (PUC - Minas)



Possui graduação em Letras - Licenciatura e Bacharelado - pela Universidade Estadual de Campinas (1989), mestrado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1994) e doutorado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1999). O pós-doutorado foi realizado no Laboratoire LIDILEM, da Université Stendhal, Grenoble III - França. Atualmente, além de professora (adjunto III) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, participa do Colegiado de Coordenação Didática do Curso de Graduação em Letras da Unidade Coração Eucarístico. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando na pesquisa, ensino e extensão, principalmente nos seguintes campos de estudo: Formação do professor, Processos de Letramento, Funcionamento dos gêneros discursivos, Processos de Textualização e Reextualização, Desenvolvimento e difusão da perspectiva interacionista.
Resumo:
IMAGENS DO PROFESSOR: AGIR E REPRESENTAÇÕES

Maria de Lourdes Meirelles Matencio (PUC Minas/CNPq)


Nos últimos anos, os trabalhos em Lingüística Aplicada certamente ultrapassaram a reflexão centrada ora nos conteúdos de ensino, ora nos comportamentos do aluno, ora nas ações do professor. Parece-nos de interesse, por isso mesmo, refletir sobre os avanços teórico-metodológicos promovidos na área, seja por estudos que focalizam a interação professor/aluno e seus efeitos – em relação ao que manifesta dos saberes priorizados pelo professor, ou no que respeita aos indícios que fornecem acerca do processo de aprendizagem pelo aluno –, seja por aqueles que se servem de instrumentos que trazem à luz as redes de atividades em jogo no decurso da formação do professor.
Nesta exposição, pretendemos tanto refletir sobre as redes de atividades envolvidas na formação de professores quanto sobre as formas de apreensão do trabalho docente – planificado, realizado e representado. Nosso objetivo é, além de focalizar os potenciais efeitos formativos das escolhas que fazemos na formação do professor, discutir o que nos dizem sobre a construção de saberes pelos sujeitos e sobre a circulação de determinadas representações do trabalho docente. Assumimos, a esse respeito, que uma formação desenvolvida à luz de determinados gêneros de discurso e vinculada à reflexão sobre as redes de atividades implicadas em sua atuação envolve procedimentos que favorecem a aprendizagem, na medida em que permite que se convoquem modelos – referenciais, textuais, contextuais, discursivos – a partir dos quais o professor em formação pode, por um lado, sustentar a planificação de sua ação de linguagem, na leitura, na escrita e na análise de textos/discursos, e, por outro, significar sua ação de linguagem em relação à dos demais partícipes das situações de formação e de atuação profissional, confrontando, dialeticamente, posições inter e intra-subjetivas.

Angela Kleiman (Unicamp)


Possui graduação em Letras pela Universidade de Chile (1967), mestrado em Lingüística - University of Illinois (1969) e doutorado em Lingüística - University of Illinois (1974). Atualmente é Professora Titular MS6 da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: leitura, formação do professor de língua materna e letramento. Nessas áreas, publicou e organizou nove livros e coletâneas.

Vilson J. Leffa (UCPEL)






Vilson J. Leffa doutorou-se em Lingüística Aplicada pela Universidade do Texas em 1984, trabalhou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atualmente é professor da Universidade Católica de Pelotas. Foi duas vezes presidente da Associação de Lingüística Aplicada do Brasil (ALAB). Tem pesquisado na área de leitura, produção textual e política do ensino de línguas estrangeiras. Tem artigos publicados no Brasil e no exterior. No Brasil publicou o livro Aspectos da Leitura: Uma Perspectiva Psicolingüística (1996) e organizou vários outros: Autonomy in Language Learning (1994), O ensino da leitura e produção textual ; alternativas de renovação (Com Aracy Pereira em 1999), As palavras e sua companhia ; o léxico na aprendizagem (2000), O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão ( em duas edições: 2001 e 2006), A interação na aprendizagem das línguas (em duas edições: 2003 e 2006), Produção de materiais de ensino: teoria e prática (2003) e Pesquisa em Lingüística Aplicada : temas e métodos (2006) . Organizou também o CD-ROM Textos em Lingüística Aplicada (TELA), em três edições (2000, 2003 e 2006). Mais recentemente concentrou-se no estudo das novas tecnologias no ensino de línguas, incluindo o computador e o ensino a distância.
Resumo da apresentação:
O espaço de ação do professor com as novas tecnologias de aprendizagem: possibilidades e desafios

Vilson J. Leffa

Resumo:
A expansão das novas tecnologias, incluindo o computador e a Internet, tem afetado os mais diversos setores da atividade humana. A área da educação, vista por alguns como uma bastião de resistência às tentativas de mudança, tem também cedido à força dessas transformações. O objetivo da apresentação é mostrar como o impacto dessas tecnologias tem afetado o trabalho do professor, não só apresentando novos desafios, mas também ampliando as possibilidades da ação docente para além das quatro paredes da sala de aula. As tecnologias tornam a linguagem líquida, provocando um dilúvio de informação que invade todos os espaços disponíveis, ampliando as relações e ligando as inteligências. No mundo dos blogs e wikis, da autoria colaborativa e redes sociais, todos somos ao mesmo tempo leitores e autores. O texto tradicional se transforma em texto multimodal e evolui para objeto de aprendizagem, redimensionando espaço e tempo. Num mundo de imagens, sons e vídeos, não somos apenas espectadores, mas também produtores; as imagens e vídeos que criamos estão no Orkut e no YouTube, distribuídos para o mundo inteiro. Tudo isso afeta o trabalho do professor, de um lado potencializando seu agir, dando-lhe uma importância que muitas vezes nem ele reconhece, mas de outro também impondo novos desafios que precisam ser vencidos com novas aprendizagens.

Luis Paulo da Moita Lopes (UFRJ)



Professor Titular do Programa Interdisciplinar de Lingüística Aplicada da UFRJ e Pesquisador do CNPq. É PhD em Lingüística Aplicada pela Universidade Londres. Foi presidente da Associação de Lingüística Aplicada do Brasil, atuou como representante da área de Letras e Lingüística no Conselho de Assessores do CNPq e é, atualmente, conselheiro da Associação de Pós-Graduação em Letras e Lingüística (ANPOLL). Já publicou seis livros no Brasil (Oficina de Lingüística Aplicada, Identidades Fragmentadas, Discursos de Identidades, Identidades - Recortes Multi- e Interdisciplinares, Por uma Lingüística Aplicada Indisciplinar e Performances) e artigos em revistas científicas e capítulos de livros no Brasil, México, Estados Unidos, Holanda e Inglaterra. Atua na área de lingüística aplicada, especificamente no campo das relações entre o discurso e as práticas sociais, com ênfase em estudos sobre letramentos escolares (língua estrangeira e materna) e não-escolares (midiáticos) e os processos de construção das identidades sociais (gênero, sexualidade e raça).

Resumo da apresentação:
Letramentos midiáticos: ganhos éticos e políticos da desestabilização identitária na escola

Luiz Paulo da Moita Lopes (UFRJ)


A ubiqüidade dos letramentos midiáticos no nosso dia a dia é icontestável. Em um mundo hipersemiotizado no qual nada se faz sem discurso, somos inundados por sentidos que nos chegam, a todo momento, das telas das TVs, dos computadores, dos celulares, dos jornais, das revistas etc., e que nos convocam a refletir sobre quem somos ou sobre quem podemos ser. Ao ilustrar: a) como os jovens vêm dialogando com tais discursos, notadamente, por meio do letramento televisivo e do computacional; e b) como tal diálogo enseja processos de desestabilização identitária, argumenta-se sobre os ganhos éticos e políticos da exploração de tal desestabilização no letramento escolar. Uma das questões que a escola precisa enfrentar é como dialogar com um mundo social no qual os scripts identitários claros, essencializados e homogeneizados que tradicionalmente orientaram a educação estão sendo questionados e redescritos como performances no aqui e agora: um agenda crucial para os nossos tempos.